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Felipe Carvalho de Aguiar nasceu na cidade de Belo Horizonte em dezembro de 1982. Ingressou aos 17 anos, logo após o término do Ensino Médio, no Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH), onde cursou Ciência da Computação. Não concluiu a graduação por ter tido dúvidas em relação ao curso e à carreira. Prestou novo vestibular em 2003, agora para Pedagogia na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e se formou em dezembro de 2007. Trabalhou como docente em escolas públicas e privadas de Belo Horizonte atuando na Educação Infantil e Ensino Fundamental. Em 2008 escreveu seu primeiro livro: "Elisa". Já passou por Espanha, Líbia, Marrocos e hoje encontra-se em Portugal, onde desenvolve projetos em uma empresa multinacional da área de construção civil e topografia.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Ao Fim

 
Reclamamos do trânsito, de estar fora de casa. Reclamamos do tédio, da falta do que fazer. Reclamamos das pessoas, das incoerências. Somos inconstantes, incoerentes. Reclamamos de Deus, da falta Dele. Amaldiçoamos as pessoas, não sentimos Vossa culpa. Reclamamos do emprego, rezamos para não continuar desempregados. Aprendemos a amar, cultivamos o ódio. Falta de atenção, falta de educação, falta de sanidade. Somos insanos na procura do bem comum, comum a nós e somente a nós. Para todo o sempre, até que o divórcio nos separe. Não damos esmolas, acreditamos numa forma de democracia plena. Jogamos pedras nas forças policiais, incendiamos pneus. Não agimos sozinho, grupos nos fortalecem. O coletivo se torna individual. Eu, eu, eu. Um brinde a mim, a mim e somente a mim. Nunca é nossa culpa. Uma selva de pedras, um conhaque e um cigarro. Um livro, um conhaque e um cigarro. Um computador conectado a internet, um conhaque e um cigarro. Papel, lápis e borracha. À passos cada vez mais largos caminhamos para o fim. Não o fim do mundo em si, mas o fim da fé, o fim do simples, o fim do descomplicado, o fim das relações, o fim do coletivo. Satã e suas risadas acompanhados de um Ipad, um conhaque e um cigarro. Vida longa ao mal, enfim um vencedor.