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España / Portugal / Libya, Brazil
Felipe Carvalho de Aguiar nasceu na cidade de Belo Horizonte em dezembro de 1982. Ingressou aos 17 anos, logo após o término do Ensino Médio, no Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH), onde cursou Ciência da Computação. Não concluiu a graduação por ter tido dúvidas em relação ao curso e à carreira. Prestou novo vestibular em 2003, agora para Pedagogia na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e se formou em dezembro de 2007. Trabalhou como docente em escolas públicas e privadas de Belo Horizonte atuando na Educação Infantil e Ensino Fundamental. Em 2008 escreveu seu primeiro livro: "Elisa". Já passou por Espanha, Líbia, Marrocos e hoje encontra-se em Portugal, onde desenvolve projetos em uma empresa multinacional da área de construção civil e topografia.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Passa a régua


Três semanas de Brasil foram suficientes para mudar 27 anos de dogmas e mais dogmas. Não tenho vergonha de dizer que mudo fácil de opinião. Mudo quando necessário. Sempre que é preciso, conveniente. Gosto de ser assim. Tenho máscaras, as uso, mas sempre caem. Sempre sou descoberto. Não sou nada do que pensam. Sou mais comum que o Zé, que o Silva. Me idolatram demais. Me amam em excesso e tiro proveito disso. Sim, sou egoísta e gosto de ser bem tratado. Ignoro quem odeio e mato com um olhar. Odeio pseudos e qualquer coisa que me faça lembrar de pseudos. Belos olhos verdes me atraem. Me fazem lembrar dos filhos que um dia ainda quero ter. E os quero com traços recessivos. Sou selectivo e não mudo nunca. Questionem o Adelmo, quem é Adelmo? Se conseguirem… me indiquem como. Gostaria de fazer uma entrevista com meu pai para saber o motivo de ser idêntico a ele. Até merda eu faço igual. Tipo um legado, sina não porque sina é para leigos conformados com o movimento de rotação da Terra e lêem horóscopo diariamente, arght! Sigo seus passos (do papai) e só tomo no cu por isso. Fodas. Não quero voltar na subjectividade mas posso afirmar que sou diferente de todos os Silvas, de todos os Zés Mané que passam por vossas vidas. Talvez esteja sendo ambíguo mas se tu não consegues interpretar 30 linhas de um texto simples, só posso sentir pena de ti. Nada além disso sai de mim. Nem poderia. Hoje, exclusivamente hoje, não darei nenhuma lição de moral, não darei nenhum conselho. Não pedirei para você viver. Se quiser, que viva. Se não quiser, que morra. Não me importa, como já disse nesse mesmo texto, sou muito egoísta para me importar com a vida alheia. Me importo menos ainda com a falta dela. Mas sou sincero, sempre fui. E você acha que isso é um defeito, certo? Problema é seu meu caro, minha cara, meus caros. Estou cansado dessa vida, já não aguento mais. Não vejo sentido em nada, custei a descobrir que felicidade são momentos raros. Em breve tenho que voltar a realidade e eu vou voltar. Infeliz, miserável e tudo mais que uma vida a um pode nos oferecer. Mas o que eu posso fazer? Acho que serei Muçulmano, abandonarei a Igreja Católica. Rezarei 5 vezes por dia, nunca mais tomarei uma gota de álcool e só terei uma fêmea com 40 e poucos anos de idade. Talvez assim consiga meu paraíso com minhas 40 virgens. Levarei Michel comigo, só ele. Ele me entende. Chora comigo, ri comigo. Não consigo imaginar um ser humano que não consiga enxergar a áurea de um animal. Doméstico, selvagem, o que for. Os elefantes são lindos, não? Certa vez, em uma das ocasiões que queria morrer um cachorro olhou para mim e chorou. As vezes me lembro disso e tenho vontade de nascer de novo. Mas não sei se teria paciência para viver isso tudo de novo, mesmo porque creio que não faria nada diferente. Nem uma vírgula. Você também faria o mesmo? Ou seus arrependimentos te matam dia após dia? O que você faria de diferente? Não me venham com sina novamente. Odeio essa palavra.  É um conceito que não existe, nunca existiu. É melhor ler a bíblia do que acreditar em sina. Não que ler a bíblia seja ruim, mas… enfim.  Leia. Aliás, leia se quiser, hoje não dou conselhos. Ninguém nunca seguiu e não vai ser agora que assim será. Aprendam  a me interpretar, não acreditem no que falam de mim. Pessoas são cegas, são burras, acreditam em tudo. Tornam as verdades e as mentiras como universais. O céu não é azul e a Terra não é o centro do universo. Não sou autor, nem mesmo escritor.





segunda-feira, 15 de março de 2010

Carta a Joane



Virgem Maria não faz mais parte das belas estórias bíblicas. Nem mesmo pode ser considerada santa. Perdeu-se em devaneios e deu lugar a outra heroína. Seu sofrimento ao ver Jesus na cruz, a morrer pelos justos, não se compara ao sofrimento de Joane (Jô-êi-ni). 


Belo nome estadunidense, aportuguesado através da tendência dos anos 80, culto ao pop americano e aos hits do country-music-all-around-the-world. Joane e sua sina de relacionamentos conflituosos deixa nossa personagem Maria a ver navios no quesito “ser heróico” e sofrimento.


Maria, por toda sua vida e através de suas lágrimas e angústias encheria talvez cerca de 30 baldes de 8 litros. Já nossa Joane costuma banhar-se diariamente com o sagrado líquido lacrimal de cada dia. No verão, banha-se duas vezes.


Maria sempre teve a seu lado o magnífico José, não o Mayer. Relação amorosa, fidedigna e que ainda serve de exemplo a casais de toda Indochina, e talvez, talvez o mundo inteiro. Joane nunca foi considerada “a virgem” e carrega uma bagagem de 2 ou 3 relacionamentos conflituosos, onde sempre fora a que mais sofreu nos duetos de dois. Sempre fora humilhada diminuída, a faziam se sentir vulgar, ridícula, enganada, dentre tantos outros aspectos negativos de uma relação.


Estive com Joane certa vez. Tive o prazer de sua convivência por longos meses. Fui um dos que contribuíram para elevar seu status a santa. Mas se dependesse apenas de mim, Joane seria o amor da minha vida, seria a minha santa. Quem vos escreve foi perverso e não soube aproveitar o prazer e o brilho no olhar que existe em Joane.

Esteja bem querida Joane, fique bem. Se pudesse fazer voltarem os séculos, faria tudo da mesma maneira. Mais vale o seu aprendizado, mais vale o seu bem estar do que a maneira errada que um dia te amei.