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Felipe Carvalho de Aguiar nasceu na cidade de Belo Horizonte em dezembro de 1982. Ingressou aos 17 anos, logo após o término do Ensino Médio, no Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH), onde cursou Ciência da Computação. Não concluiu a graduação por ter tido dúvidas em relação ao curso e à carreira. Prestou novo vestibular em 2003, agora para Pedagogia na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e se formou em dezembro de 2007. Trabalhou como docente em escolas públicas e privadas de Belo Horizonte atuando na Educação Infantil e Ensino Fundamental. Em 2008 escreveu seu primeiro livro: "Elisa". Já passou por Espanha, Líbia, Marrocos e hoje encontra-se em Portugal, onde desenvolve projetos em uma empresa multinacional da área de construção civil e topografia.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Nada é para sempre

Talvez nada seja para sempre. Nem mesmo um amor, amizade pura. Cansado de escrever sobre relacionamentos, abordo um tema talvez nunca escrito por alguém sério, óbvio. O assunto da pauta também não reverencia céu, inferno, duetos, trios nem quartetos. As pedras sempre estiveram no meio do caminho, alguém já disse isso. Mas ninguém nunca reparou que esses corpos sólidos, sempre unidos por uma ou várias “espécies” vivem suas vidas sem ter a intenção de derrubar ninguém. Pedras são amigas das pessoas e delas mesmo. Vivem em harmonia até que alguma construção ou um ser humano sem coração as privem de sua pura convivência em sociedade. Geralmente chamadas de rochas, esses seres são altamente fiéis a quem quer que seja que um dia lhes deu atenção, carinho ou compreensão. Se alguém comenta que você parece uma rocha, fique feliz. Ter coração de pedra é digno de poucos nesse mundo. É digno apenas de homens que enxergam além-mundo, que olham para o presente num ato extremamente contínuo e ligado ao que há por vir. E haja figura de linguagem para expressar o quanto as pessoas estão debilitadas, corrompidas, sem nexo, desesperadas. É nesse âmbito que entro e posso afirmar de consciência limpa que não se fazem mais pessoas como antigamente. Com raríssimas exceções, já que toda regra não tem exceção, ou tem?
Era uma vez uma pedrinha que namorava com outra. Certo dia as pedrinhas terminaram o relacionamento. Uma terceira pedrinha, amiga do casal, se aproveitou do término e…? Tem alguma coisa errada nessa historinha. Não eram pedrinhas! Eram pessoas! Pasmém! 

quarta-feira, 6 de abril de 2011

A arte do descaso / Insensatez

Sim, horário de Greenwich. Às 5:15h, 11:27h e 23:45h. A Terra não pára. Enquanto você trabalha eu também trabalho. Quando acordo você dorme e sonha. Quando eu sonho, nada acontece. Confiro meus destinos, um por um. Focado nas minhas 36 horas de voo e você às avessas preocupada com o espelho.
Laços partem e se consolidam, são comparados ao tempo que parece não passar mas passa. Sim, ele passa. Promessas são quebradas, conversas se tornam estranhas à medida em que se aprofundam e acabam por se tornarem completamente dispensáveis. Já não sabemos quem somos, de onde viemos e principalmente o lugar ao qual pertencemos(…)
Vejo com desconfiança a confiança que depositam em terceiros, que para mim são quartos, quintos, sextos e não me interessam nem nos seus ínfimos detalhes. Olho para o relógio e desejo que as horas passem rapidamente. Me questiono onde estou, o que estou a fazer, quando isso terá fim. Fico acordado contando os motivos para já estar em casa, pois tenho um mundo para conquistar e eu sei que sempre será assim, pois nunca vou mudar. Minhas mudanças sempre dizem respeito às localidades e nunca às subjectividades, que de tão simples, correm pelo meu corpo e chegam ao meu cérebro de forma tão espontânea, natural, hormonal.
Não poderia ser de outra maneira. As leis naturais são imutáveis, estáticas, assim como os relacionamentos já foram por um período determinado. Pausados por um ser superior admirador da divindade humana e suas peculiaridades advindas de pura maldade e um bocado de insensatez. Seres perfeitos, imagem e semelhança Dele, talvez?

sábado, 29 de janeiro de 2011

Ao Fim

 
Reclamamos do trânsito, de estar fora de casa. Reclamamos do tédio, da falta do que fazer. Reclamamos das pessoas, das incoerências. Somos inconstantes, incoerentes. Reclamamos de Deus, da falta Dele. Amaldiçoamos as pessoas, não sentimos Vossa culpa. Reclamamos do emprego, rezamos para não continuar desempregados. Aprendemos a amar, cultivamos o ódio. Falta de atenção, falta de educação, falta de sanidade. Somos insanos na procura do bem comum, comum a nós e somente a nós. Para todo o sempre, até que o divórcio nos separe. Não damos esmolas, acreditamos numa forma de democracia plena. Jogamos pedras nas forças policiais, incendiamos pneus. Não agimos sozinho, grupos nos fortalecem. O coletivo se torna individual. Eu, eu, eu. Um brinde a mim, a mim e somente a mim. Nunca é nossa culpa. Uma selva de pedras, um conhaque e um cigarro. Um livro, um conhaque e um cigarro. Um computador conectado a internet, um conhaque e um cigarro. Papel, lápis e borracha. À passos cada vez mais largos caminhamos para o fim. Não o fim do mundo em si, mas o fim da fé, o fim do simples, o fim do descomplicado, o fim das relações, o fim do coletivo. Satã e suas risadas acompanhados de um Ipad, um conhaque e um cigarro. Vida longa ao mal, enfim um vencedor.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Rotação

 
Já reparou que o movimento de rotação da Terra muda muito pouco em relação aos anos? É uma lei universal, envolve cálculos matemáticos, rotas elípticas, ciência. Provavelmente a rota de nosso planeta será a mesma durante milhares ou milhões de anos. 
 Mas isso pouco importa. Não mudará nada efectivamente em nossas vidas. Nem na minha, nem na sua, senhora. Devaneios e detalhes insignificantes fazem parte da tua ida, da volta, tua vida. Fico imaginando o progresso que isso lhe trará na vida. O mar está impecavelmente lindo, mas a temperatura da água lhe faz sentir aversão. É como conviver em algum lugar entre a mente de Deus e o rabo do diabo. Sempre a reclamar da vida, numerando tudo aquilo que te falta enquanto essas faltas estão na sua frente, do outro lado dessa tela, aparato emaranhado de factos dúbios, é verdade. É realmente difícil observar a beleza de um céu azul quando se acorda atrasado para o trabalho. Fácil reclamar de tudo quando não se toma atitude positiva. 
Por a culpa num deus que você julga ser omnipresente, omnisciente, omnipotente, incrédulo, supersticioso, débil e desonesto, sem ter fé, é tarefa para pessoas comuns. Assim como você. Não digo que não sejam dotadas de inteligência ou de algo mais, pois é cómodo ignorar os factos que nos provam a todo momento que o universo opera à sua própria maneira. Assim como o movimento de rotação da Terra. E é assim que poderia chamá-la: de minha pequena Terra, planetóide, factóide. Não existe céu sem inferno, o bem sem o mal. Existem conspirações, verdades, más notícias, coisas a perder, pessoas vagando sem saber onde ir e nem de onde vieram. Nunca se sabe. Mas há uma alternativa, uma cura e um remédio. É escolha de cada um se curar ou continuar a ser comparado com o movimento de rotação da Terra, ou para os mais evoluídos… translação! Olá Translação, já evoluístes hoje?   

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Factual 2

Ser solteiro tem lá suas vantagens sim. Ter uma agenda no telefone móvel com mil contactos sendo oitocentas e sessenta e cinco do sexo feminino é uma delas. O problema é quando dentre as 865 só 5 ou 6 lhe satisfazem, podem render uma segunda, terceira, quarta vez. Mas provavelmente uma está namorando. Duas vão sair com as amigas apenas para dançar ou beber porque simplesmente está na moda. Outra não te atende e a que sobra faz hora com sua cara porque da última vez você prometeu ligar no dia seguinte e não cumpriu.
 
Diante da difícil tarefa de sair com alguém interessante você se encontra num dilema. Problema superado, você e seu “par perfeito” se conectam através de curtas ligações e mensagens de texto. Um lugar para se divertir, alguns copos ou talvez um lugar romântico se a primeira vez ainda é aguardada ansiosamente pelo sexo masculino.
A noite parece agradável e a sensação causada pela testosterona misturada com tragos e vários copos de bebida alcoólica o fazem rumar para um lugar mais tranquilo, a dois. Onde a noite nunca acaba, o verdadeiro parque de diversões de jovens e adultos.
 
Após o ato consumado, um sono vigiado pelo excesso de bebidas. Dorme-se como um anjo, um sono dos justos, merecedores. O celular toca, acorda-se assustado. Que horas são, o que houve? Olhamos para o lado e vemos aquele ser ao nosso lado. Acaba-se a fantasia, as lembranças vêm a tona. Ressaca e moral são as primeiras palavras do dia. Asco de olhar para a parceira que na noite anterior parecia tão atraente, tão bela donzela.
 
Serviço de entrega em domicílio completado, segue-se a rotina. Mas ser solteiro tem lá suas vantagens sim. Ter uma agenda no telefone móvel com mil contactos sendo oitocentas e sessenta e cinco do sexo feminino é uma delas. O problema é quando dentre as 865 só 5 ou 6 lhe satisfazem, podem render uma segunda, terceira, quarta vez...

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

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De ano e meio para cá sempre me diziam para não olhar para o telhado alheio. Sempre concordei mas com certa desconfiança, claro. Quando batia a vontade de espiar, me lembrava dos sábios conselhos de meus empregadores, a quem devo bastante, confesso. Talvez tenha enfiado na cabeça que a sabedoria dos mais vividos seja mais válida que a minha, que ainda não cheguei a 3 décadas de existência. O conhecimento das causas sobrepõe a razão e dessa maneira convinha ser tudo que há nessa existência, pensava, ou penso, não sei mais. Dizem por aí que os pensamentos e as idéias são mutáveis e sempre hão-de ser. Só não sei definir de maneira correcta se esse conhecimento provém do senso comum ou das ciências aplicadas.  Historicista, como moda de momento, vai além de um simples pleonasmo, uma simples figura de linguagem e passa a ter significado real, porém diferente daquilo do que quisera ser. Complexo pelos termos, não fiques preso ao vocabulário.
Num dia qualquer, de sol ou chuva, verão ou inverno, não me atentei aos detalhes porque cá onde estou existem apenas dois tipos: aqueles em que trabalhamos e aquele único que pensamos em trabalho, descobri ao olhar o telhado alheio que mesmo os mais bondosos e cheios de boas intenções também erram cruelmente. Provavelmente sem saber ou ter a mínima noção das consequências de tais actos. Teoricamente inexiste um ser humano perfeito, mesmo para aqueles que acreditam que somos imagem e semelhança de um deus. Disso, sabemos. Não adianta divagar sobre o vago. Assim caminharemos para trás quando todas as placas apontam para o fronte. É como falar da vida com medo da morte, e o pior, caso de terceiro que até o momento não me disse o barato de já saber onde é o destino quando se parte rumo a lugar nenhum, ao lugar comum.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Factual 1

Os relacionamentos não são jogos com regras e cartas nos dizendo o que podemos e o que não podemos fazer, afinal somos livres diante da lei. Inclusive para socar aquela namorada ciumenta que tanto temos vontade. Mas acabamos indo para uma mesa de bar falar mal da boa samaritana com o primeiro melhor amigo que aparece na agenda do telefone celular. Bons amigos são aqueles que nos escutam dizer a mesma coisa toda semana. Também são aqueles que nos dão o conselho mais óbvio: termina, porra! Fazer um trabalhador sério sair de casa numa terça-feira a noite, quando o mesmo está assistindo Grey´s Anatomy dublado no SBT e trajando pijama, não é lá uma das coisas mais fáceis de se fazer. Também não é fácil convencer o asno apaixonado que a humanidade sempre evoluiu e só ele caminha a largos passos para a merda, a própria em si. E como é difícil e extremamente afeminado dar um abraço num marmanjo de 1,80m aos prantos por uma perua de um metro e meio. Mas o pior é mesmo quando chega a sexta-feira e você chama a mula para sair e azarar umas gatinhas.
- “Não posso, voltei com ela”.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Em construção

A melhor pessoa que conheci na vida tem a minha idade, o meu peso, o meu tamanho, a mesma cor de cabelo que o meu e a personalidade exactamente como a minha. Meu amigo, quase aos 30 anos, ainda não sabe o que fazer para tomar decisões. Não o culpo. Ele ainda procura seu paraíso na Terra, não encontrou seu lugar e não se preocupa com o futuro distante. Vive sua rotina, seu ontem e seu hoje sem pactos com Deus nem com o diabo. Isso não tem nada a ver com ninguém, nem mesmo com ele. São questões extras, sem nexo, sem profundidade. Mas essa pessoa, esse amigo querido, espera que eu não entenda. Que eu não questione, que as vezes abaixe a cabeça em sinal de conformidade. Situações, não as fazemos sempre, somos parte delas. Tantas que as vezes falta espaço para arrependimentos. Meu amigo não é assim, não sente dor nas costas e nenhum peso em seu coração. Não entende porque não consegue escapar por aquela porta e poder gritar tudo de ruim que existe nesse mundo. Existência tão sútil que nunca será notado pelo mundo quando partir. Uma pena. Merecia uma placa, um busto e uma medalha. Não por acto heróico ou similar, mas confesso que não saberia explicar o motivo, ou não vem ao caso. Nunca somos bons o bastante, sempre podemos melhorar. Perfeição não existe para os seres terrenos, deixamos esse assunto com o que ou quem não entenderemos durante nossas passagens. Certa vez, um global disse ou escreveu que as melhores pessoas são aquelas que não sabem o que querem. Concordo. Meu amigo é assim toda vez que me olho no espelho. Eu me amo muito.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Passa a régua


Três semanas de Brasil foram suficientes para mudar 27 anos de dogmas e mais dogmas. Não tenho vergonha de dizer que mudo fácil de opinião. Mudo quando necessário. Sempre que é preciso, conveniente. Gosto de ser assim. Tenho máscaras, as uso, mas sempre caem. Sempre sou descoberto. Não sou nada do que pensam. Sou mais comum que o Zé, que o Silva. Me idolatram demais. Me amam em excesso e tiro proveito disso. Sim, sou egoísta e gosto de ser bem tratado. Ignoro quem odeio e mato com um olhar. Odeio pseudos e qualquer coisa que me faça lembrar de pseudos. Belos olhos verdes me atraem. Me fazem lembrar dos filhos que um dia ainda quero ter. E os quero com traços recessivos. Sou selectivo e não mudo nunca. Questionem o Adelmo, quem é Adelmo? Se conseguirem… me indiquem como. Gostaria de fazer uma entrevista com meu pai para saber o motivo de ser idêntico a ele. Até merda eu faço igual. Tipo um legado, sina não porque sina é para leigos conformados com o movimento de rotação da Terra e lêem horóscopo diariamente, arght! Sigo seus passos (do papai) e só tomo no cu por isso. Fodas. Não quero voltar na subjectividade mas posso afirmar que sou diferente de todos os Silvas, de todos os Zés Mané que passam por vossas vidas. Talvez esteja sendo ambíguo mas se tu não consegues interpretar 30 linhas de um texto simples, só posso sentir pena de ti. Nada além disso sai de mim. Nem poderia. Hoje, exclusivamente hoje, não darei nenhuma lição de moral, não darei nenhum conselho. Não pedirei para você viver. Se quiser, que viva. Se não quiser, que morra. Não me importa, como já disse nesse mesmo texto, sou muito egoísta para me importar com a vida alheia. Me importo menos ainda com a falta dela. Mas sou sincero, sempre fui. E você acha que isso é um defeito, certo? Problema é seu meu caro, minha cara, meus caros. Estou cansado dessa vida, já não aguento mais. Não vejo sentido em nada, custei a descobrir que felicidade são momentos raros. Em breve tenho que voltar a realidade e eu vou voltar. Infeliz, miserável e tudo mais que uma vida a um pode nos oferecer. Mas o que eu posso fazer? Acho que serei Muçulmano, abandonarei a Igreja Católica. Rezarei 5 vezes por dia, nunca mais tomarei uma gota de álcool e só terei uma fêmea com 40 e poucos anos de idade. Talvez assim consiga meu paraíso com minhas 40 virgens. Levarei Michel comigo, só ele. Ele me entende. Chora comigo, ri comigo. Não consigo imaginar um ser humano que não consiga enxergar a áurea de um animal. Doméstico, selvagem, o que for. Os elefantes são lindos, não? Certa vez, em uma das ocasiões que queria morrer um cachorro olhou para mim e chorou. As vezes me lembro disso e tenho vontade de nascer de novo. Mas não sei se teria paciência para viver isso tudo de novo, mesmo porque creio que não faria nada diferente. Nem uma vírgula. Você também faria o mesmo? Ou seus arrependimentos te matam dia após dia? O que você faria de diferente? Não me venham com sina novamente. Odeio essa palavra.  É um conceito que não existe, nunca existiu. É melhor ler a bíblia do que acreditar em sina. Não que ler a bíblia seja ruim, mas… enfim.  Leia. Aliás, leia se quiser, hoje não dou conselhos. Ninguém nunca seguiu e não vai ser agora que assim será. Aprendam  a me interpretar, não acreditem no que falam de mim. Pessoas são cegas, são burras, acreditam em tudo. Tornam as verdades e as mentiras como universais. O céu não é azul e a Terra não é o centro do universo. Não sou autor, nem mesmo escritor.





segunda-feira, 15 de março de 2010

Carta a Joane



Virgem Maria não faz mais parte das belas estórias bíblicas. Nem mesmo pode ser considerada santa. Perdeu-se em devaneios e deu lugar a outra heroína. Seu sofrimento ao ver Jesus na cruz, a morrer pelos justos, não se compara ao sofrimento de Joane (Jô-êi-ni). 


Belo nome estadunidense, aportuguesado através da tendência dos anos 80, culto ao pop americano e aos hits do country-music-all-around-the-world. Joane e sua sina de relacionamentos conflituosos deixa nossa personagem Maria a ver navios no quesito “ser heróico” e sofrimento.


Maria, por toda sua vida e através de suas lágrimas e angústias encheria talvez cerca de 30 baldes de 8 litros. Já nossa Joane costuma banhar-se diariamente com o sagrado líquido lacrimal de cada dia. No verão, banha-se duas vezes.


Maria sempre teve a seu lado o magnífico José, não o Mayer. Relação amorosa, fidedigna e que ainda serve de exemplo a casais de toda Indochina, e talvez, talvez o mundo inteiro. Joane nunca foi considerada “a virgem” e carrega uma bagagem de 2 ou 3 relacionamentos conflituosos, onde sempre fora a que mais sofreu nos duetos de dois. Sempre fora humilhada diminuída, a faziam se sentir vulgar, ridícula, enganada, dentre tantos outros aspectos negativos de uma relação.


Estive com Joane certa vez. Tive o prazer de sua convivência por longos meses. Fui um dos que contribuíram para elevar seu status a santa. Mas se dependesse apenas de mim, Joane seria o amor da minha vida, seria a minha santa. Quem vos escreve foi perverso e não soube aproveitar o prazer e o brilho no olhar que existe em Joane.

Esteja bem querida Joane, fique bem. Se pudesse fazer voltarem os séculos, faria tudo da mesma maneira. Mais vale o seu aprendizado, mais vale o seu bem estar do que a maneira errada que um dia te amei.



domingo, 21 de fevereiro de 2010

Adeus romance

Subjectividade parece estar fora de moda. Me interessa muito e a considero um semi-Deus. Mas em certos quesitos as pessoas são sempre iguais. Não mudam nunca e nem fazem questão de evoluir. Uma pena. Para elas. Não para mim. Nunca dependi de ninguém para enxergar além do horizonte, descobrir o que sempre foi óbvio.    
Ontem acordei com a impressão de que há algo de errado com o mundo. Comecei a interpretá-lo de uma maneira diferente, talvez. Parei. Não consigo absorver tudo e fingir que está tudo bem. Não está, nunca esteve e provavelmente nunca estará.
Já hoje, acordei com a sensação de que as coisas estão se encaixando. Não para Adão, Eva e aquela linda donzela. Mas não me importa, meu coração se fecha a factores externos e se preocupa em ser egoísta. Não foi a falta de conselhos, de mensagens ou recados. Foi a percepção de que não mudará nada em minha existência saber quantos grãos de areia existem na imensidão da costa leste.
Agora adormeço em pensamentos vãos. Não carrego mais nada nas costas. Nem cruzes nem marcas. Não preciso usar dois relógios de pulsos para saber minuto a minuto do tempo que parece nunca passar. Não mais disfarço, fecho os olhos a espera daquele sonho bom, do qual nunca quero acordar. Se quer viver minha vida por mim, que viva. Preciso prosseguir.  

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Enfim, além

Metade de mim julga, a outra analisa. Metade da metade que julga faz questão de não esquecer e entra em conflito com os 25% que fazem questão de esquecer. Complexo demais quando se tenta entender o que se passa no subconsciente de um ser “sub subjectivo” em grandes quantidades. Se gosto ou não gosto? Não consigo tal definição. Levei muito a sério a fábula que diz que todos nós carregamos nossa cruz. Talvez minha via-sacra seja outra e vá além de puro sentimentalismo e o “achismo” do que amor verdadeiro só apareça uma vez na vida. Talvez apareça duas ou três. Não entrarei em detalhes embora possa afirmar que tudo que passei possa virar uma biografia escrita pelo autor dessa vida cheia de casos e acasos. Promessas podem sim ser quebradas, não seria a primeira e nem a última vez, confesso. Fico triste por saber que nada é para sempre e que cada vez mais tenho que praticar o desapego. Triste porém tranquilo. Sorrisos soltos fazem meus dias melhores e aprendi, talvez tarde demais, que há muito ainda a ser explorado e que desconheço (pasmem) meus sentimentos e até mesmo minhas vontades. Mas também posso afirmar que sigo aquela velha máxima do futebol, criada pelo meu amigo Darwin sobre a adaptação às situações adversas, lei da vida. Se foi gol, vários motivos e situações levaram a bola a trespassar a linha da baliza. Desde a força e direcção do vento ao bater de asas daquela linda borboleta amarela. A vida é assim. Atente-se ao bater de asas das borboletas, acredite que não existe um gol feio e sobretudo: razão e emoção são simples aspectos denotativos de um tal dicionário criado para instruir pessoas sem cultura. Vá além. Ninguém morre por viver ou morre se viver.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Carolina, carolinas, Elisa, elisas

Tudo se resume a ser feliz e mais nada. Recomeçar é um belo exemplo. Seguir sinais também. Ir de encontro à felicidade não é tão simples como imaginamos. A vida não é filme nem novela. É mais séria e tem menos espectadores. Nem tudo dá certo no final e é preciso atentar as escolhas. Outro aspecto directamente relacionado ao ser feliz se chama tempo. 

- Prazer, sou o tempo e tomarei seu dia-a-dia como se fosse meu. Sempre reclamará de mim apesar de eu estar sempre com você. Me usará como desculpa e se odiará por isso. Então atente-se que a responsabilidade é toda sua e não minha. Me use, abuse de mim. Estarei sempre ao seu lado para te lembrar das coisas mais importantes e te fazer esquecer as mais importantes ainda


Lembre-se também que não é péssimo ser pessimista e não faz tão bem assim ser sempre otimista. 

- Bom dia! Sou o optimismo. Você sempre confiará em mim mas existirão oportunidades que não confiarei em você. Te farei feliz mas também lhe farei mal. Me confundirá com Deus, Jesus, Alá, Buda, Anjo da Guarda, São Jorge, São Pedro e o caralho mais. Mas não se engane. Eu sou o optimismo e as vezes, sem nenhuma explicação plausível, deixo de realizar meu trabalho. Aproveito e lhe apresento meu irmão gêmeo, o pessimismo: 

- Muito bom dia, ou não... Te ajudarei a crer nas coisas como elas são. Sempre fui mais realista que meu irmão mais novo e por isso detenho mais sabedoria. Crendo em mim você sofre menos e aprende da maneira mais correta e mais rápida. Quer um conselho? Não esperando nada das pessoas será mais feliz, ou menos triste.. como queira. 

Vão lhe dizer do acaso e do descaso, do passado e do futuro, do destino e da coincidência, do sim e do não. Provavelmente você já ouviu falar deles e sabe das peças que nos pregam diariamente. Ninguém sabe como viver a vida inteira com plenitude. Passamos por fases, por estados... a felicidade é assim. Por mais que a procure ela teimará em se esconder. Não faça dela um animal de estimação. Não se zangue quando ela se for. 
Dentre Marias, Marinas, Claras, Elisas, Carolinas, Anas, Renatas, Fernandas e afins existem lembranças que meu amigo tempo me faz por horas esquecer e por outras tantas lembrar com um sorriso no rosto. Enquanto isso, posso afirmar: “I dit it my way”. Desculpem. Meu amigo optimismo está comigo agora a dizer que se vai e não sabe quando volta. Olá pessimismo, seja bem vindo novamente.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Assim


Ele sempre jurou que queria viver de novo. Então ela disse que gostaria de  voltar a sentir.  Ele já tinha dedicado muito tempo tentando voltar ao passado e já estava longe daquela época, daquele lugar. Nunca esquecera as tentativas, nunca esquecera o esforço em vão depositado naquilo que parecia ser sua única vida ou sua única razão para viver. Até os sábios menos sábios aprenderam que o tempo é o melhor remédio. E esse mesmo tempo passou. Lentamente para ele. Talvez de outra maneira para ela. Ele, que sempre estivera mal, agora está bem. Ela, que não admitia estar mal, está agora certa de seu erro. Afoga-se em lágrimas numa tentativa desesperada de consertar seus passos. Não há mais tempo. Erro infantil, crucial. A vida é assim.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Ainda lembram de você


Quando se está perto, tudo bem. Nem tão perto, finge-se. Esquecem de dizer olá quando ligam. Mas nunca ligam. O olá deixa de fazer certo sentido. Perde-se tempo em cumprimentos enquanto poderiam estar em prosa sobre a vida… ou sobre a verdadeira arte de se deixar viver, se deixar levar. É tão simples e rápido, nessa época actual cheia de tecnologias e aparatos digitais, transmitir ou responder um acto de carinho. Me pego sempre a pensar o motivo pelo qual grande parte das pessoas não o fazem. Ainda espero ver no céu asas reluzentes de um pombo-correio. Até mesmo já confundi incêndio com sinal de fumaça. Já espero há meses por qualquer fio de esperança, uma mensagem numa garrafa vinda de longínquos oceanos. Me pego a pensar de novo o significado disso tudo. Seria uma aula gratuita e divina sobre as relações humanas? Ou seria apenas mais um indício de que a família vem sempre em primeiro lugar? Talvez amigos sejam sazonais e Amizades tenham prazo de validade ou de quilometragem. Aprenderei com o tempo, com mais tempo, embora já carregue comigo uma prévia baseada em acontecimentos reais. Me falta a teoria, embora já a saiba de cor. Mas… Me alegra ter aprendido mais uma lição. Nos serve de consolo quando nos deparamos com uma situação inusitada. Quando o céu está nublado, aponta no horizonte um único raio de sol. Nos aquece até a alma. Um dia, talvez, seremos dois. Talvez não. Um pequeno detalhe. Gratidão não se compra e espaço no coração não se arrenda.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Nunca mais

Vinha o homem, atrasado novamente, controlado pelo relógio de pulso, caminhando a passos largos e apressados pelo centro da metrópole. Despercebido de tudo que acontecia ao seu redor. A reunião começara, projecto em mãos, nervosismo. Seu futuro dependia dos valiosos próximos minutos. De repente um relance, caso perdido que não importava mais, jurava erroneamente mas certo de seu erro.

Pela mesma via, porém em sentido contrário, vinha o sexo oposto. Cabelos esvoaçantes, impecáveis na sua beleza. Única. Olhava atentamente a multidão, seus cursos, etnias, fisionomias. Atentava-se a cada detalhe da imensidão do horizonte. O oposto, realmente. Alguma coisa a incomodou. Lembranças, as mesmas. Sempre.

Casualidade para os leigos, intencionalidade ou destino para os crédulos. A divindade opera à sua maneira, complexa em excesso para os mortais. Cruzam entre si. Os olhares se enfrentam. Dois segundos, ou menos, de êxtase compartilhado. Seguem o caminho, cada um a sua maneira. Arrependidos. Talvez um dia se encontrem novamente, talvez nunca mais.


quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Não olhe para trás


Estavas sempre a olhar o passado e a gostar da sensação de que sempre fora estranho. Comparações absurdas com os tempos de adolescência. Fotografias não traziam recordações, traziam angústias. Questionamento incessante daquilo que havia sido bom em sua existência, ou a falta do bem. Encontrava-se perdido em meio a tantas perguntas sem resposta. Questionamentos e feelings non sense. Tomou uma decisão drástica. Nunca mais olhou para trás.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Caminho inverso

Caminhou, se apressou e caiu. Viu tudo que se passava ao seu redor de outra perspectiva. Não quis acreditar e ficou tempos assim… sem saber. Momento oportuno para nada mais dar certo. A observar o horizonte ve-se nuvens carregadas. Optimismo passa a ser um termo quase que utópico. Termos que caminham juntos. Eles, ele. Mas bem longe de si, decerto.

Ve-se de mãos dadas a um estranho desejo de pena, pena de si. A rever horas a fio tudo aquilo que não fez, pensa no cúmplice. Divide a culpa para o alívio que sequer apareceu.

Constantes coincidências o fazem acreditar na cura de todo o mal que sente. Eloquente e impulsivo, segue tais sinais. Todos, até aqueles que não o são. A medida que sobre degraus se dá a oportunidade de começar a existir, mas felizmente é pouco. Não basta existir, pensa convicto.

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Ocupa pensamentos com factos que nunca havia imaginado. Obrigações passam a ser prioridade, pois a vida segue e muito tempo foi perdido. Observa o mundo de maneira diferente e pensa que tudo a seu redor não faz mais parte de si. Procura novos ares, encontra.

Fora acolhido e reconhecido. Novos problemas surgem quase que diariamente enquanto seu coração parou no tempo. Nova morada, nova pátria, vida nova. Caminha a passos largos com a mesma sede de conhecimentos. Carrega seus livros, antigas e novas paixões. Já não existe, vive. Forma-se um novo ciclo, sete dias da semana com sete pecados capitais. Um a cada dia, sem pressa e antecedentes.

Quando olha para trás não enxerga nada além do óbvio, nada além da saudade. A mesma saudade que sentia de suas crianças enquanto habitava o outro lado. Um sorriso ou uma lágrima despertam o mesmo sentimento, indescritível em palavras. Se perde e se ganha. Mas ele, espirituosamente, diferencia o perder do ganhar. E assim vive, talvez para sempre na memória de um incrédulo ser pensante. Talvez no coração de uma bela donzela. Não se importa mais com a falta que faz.

domingo, 9 de agosto de 2009

Até quando dura a felicidade.

Vejo em perfis de Orkut fotos e mais fotos de casais apaixonados. Depoimentos melosos, scraps amorosos e todo o tipo de coisas mais. Até no Twitter e FaceBook.
Fico imaginando a felicidade alheia, tentando relembrar ou sentir novamente essa sensação de ser um eterno bobão. Não me lembro mais como é ser assim. De facto, deve ser giro. Quiçá.

Algum tempo depois não há mais fotos, depoimentos, mais nada. Tudo aquilo que era belo se torna cinzento. Algumas comunidades perdem sua vez e as de solteiro ganham membros atrás de membros. Me apetece saber que certas coisas são esquecidas num simples piscar de olhos e a balada e beijação na boca se torna fato constante, inspirador e essencial para a vida dos exs-casais. A(o) ex querendo mostrar a (ao) ex que superou o episódio e está viva(o), feliz e aprontando poucas e boas! Ou muitas e boas. Mas... e o amor? Onde se meteu? Detalhes pequeninos...

É inegável o facto de querer estar sempre por cima e não demonstrar sinais de fraqueza. Quem é que desejaria que o(a) ex soubesse que você está no fundo do poço, com as calças molhadas e sem sequer uma lanterna a pilhas?
É exactamente aí que entra o papel das redes sociais. Pouca exposição é ruim. Muita exposição é prejudicial. Namore, de beijos, case-se. Mas preocupe se mais em estar feliz. Orkuts vão e voltam, relações começam e acabam. Basta saber quanto tempo duram. E mude seu conceito de “para sempre”. Vá além das linhas denotativas daquele velho dicionário de bolso.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Atendendo pedidos (adaptação)

Eu adormeci no último sábado, embaixo de um céu poluído. Comecei a andar sozinho pelas ruas de BH. Foi quando vi as calçadas começarem a desabar e o vazio começando a me afogar. Pelas esquinas silenciosas, fiz meus planos. Foi a única coisa que senti que podia fazer. Disse adeus aos meus melhores amigos, pois às vezes não tem ninguém do meu lado para me dizer a verdade.
Se você não puder me perdoar, isto vai me matar para o resto da minha vida. Você não me deixa pedir desculpas enquanto ainda estou vivo, e se esquece que eu sei que é difícil encarar todos os meus erros do passado. E isso vai me matando para resto da minha vida.
Acho que isso é meu tempo se esgotando. De alguma forma isso soa tão familiar e parece tão familiar. Me sinto como se tivesse te deixando ir, e a cada segundo que passa, grito por uma segunda, terceira, quarta ou quinta chance. Mas essa é a confusão que eu fiz, são as palavras que não posso apagar. Isto é o que me faz suportar a vida, acabando, para o último momento. Corta como uma faca e me mata para o resto da vida.
Mas eu juro! Foi a última vez, foi minha última tentativa. Há uma linha tênue entre viver uma mentira e se sentir vivo. Cansei de andar em círculos e agora penso em deixar essa cidade. Coisas boas acontecem para quem pensa e faz coisas boas. O meu está guardado e esse tempo todo achei que já tinha acontecido. Não aconteceu, fui feliz, mas posso ser mais.
De acordo com meus sentidos, me tornei insensível. Nunca mais canto “get back to where you once belong”. Auto depreciação me parece uma boa saída, mas de qualquer maneira nunca pensei que conseguiria. Afinal, sou meu pior inimigo. Absurdamente irresponsável e impulsivo continuo “caminhando só” (boa Borba!) e pensando com meus neurônios: “o amor só existe se incomoda...” (Muito boa Borba!)!
Alguém?