Eu adormeci no último sábado, embaixo de um céu poluído. Comecei a andar sozinho pelas ruas de BH. Foi quando vi as calçadas começarem a desabar e o vazio começando a me afogar. Pelas esquinas silenciosas, fiz meus planos. Foi a única coisa que senti que podia fazer. Disse adeus aos meus melhores amigos, pois às vezes não tem ninguém do meu lado para me dizer a verdade.
Se você não puder me perdoar, isto vai me matar para o resto da minha vida. Você não me deixa pedir desculpas enquanto ainda estou vivo, e se esquece que eu sei que é difícil encarar todos os meus erros do passado. E isso vai me matando para resto da minha vida.
Acho que isso é meu tempo se esgotando. De alguma forma isso soa tão familiar e parece tão familiar. Me sinto como se tivesse te deixando ir, e a cada segundo que passa, grito por uma segunda, terceira, quarta ou quinta chance. Mas essa é a confusão que eu fiz, são as palavras que não posso apagar. Isto é o que me faz suportar a vida, acabando, para o último momento. Corta como uma faca e me mata para o resto da vida.
Mas eu juro! Foi a última vez, foi minha última tentativa. Há uma linha tênue entre viver uma mentira e se sentir vivo. Cansei de andar em círculos e agora penso em deixar essa cidade. Coisas boas acontecem para quem pensa e faz coisas boas. O meu está guardado e esse tempo todo achei que já tinha acontecido. Não aconteceu, fui feliz, mas posso ser mais.
De acordo com meus sentidos, me tornei insensível. Nunca mais canto “get back to where you once belong”. Auto depreciação me parece uma boa saída, mas de qualquer maneira nunca pensei que conseguiria. Afinal, sou meu pior inimigo. Absurdamente irresponsável e impulsivo continuo “caminhando só” (boa Borba!) e pensando com meus neurônios: “o amor só existe se incomoda...” (Muito boa Borba!)!
Alguém?