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Felipe Carvalho de Aguiar nasceu na cidade de Belo Horizonte em dezembro de 1982. Ingressou aos 17 anos, logo após o término do Ensino Médio, no Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH), onde cursou Ciência da Computação. Não concluiu a graduação por ter tido dúvidas em relação ao curso e à carreira. Prestou novo vestibular em 2003, agora para Pedagogia na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e se formou em dezembro de 2007. Trabalhou como docente em escolas públicas e privadas de Belo Horizonte atuando na Educação Infantil e Ensino Fundamental. Em 2008 escreveu seu primeiro livro: "Elisa". Já passou por Espanha, Líbia, Marrocos e hoje encontra-se em Portugal, onde desenvolve projetos em uma empresa multinacional da área de construção civil e topografia.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

A arte do descaso / Insensatez

Sim, horário de Greenwich. Às 5:15h, 11:27h e 23:45h. A Terra não pára. Enquanto você trabalha eu também trabalho. Quando acordo você dorme e sonha. Quando eu sonho, nada acontece. Confiro meus destinos, um por um. Focado nas minhas 36 horas de voo e você às avessas preocupada com o espelho.
Laços partem e se consolidam, são comparados ao tempo que parece não passar mas passa. Sim, ele passa. Promessas são quebradas, conversas se tornam estranhas à medida em que se aprofundam e acabam por se tornarem completamente dispensáveis. Já não sabemos quem somos, de onde viemos e principalmente o lugar ao qual pertencemos(…)
Vejo com desconfiança a confiança que depositam em terceiros, que para mim são quartos, quintos, sextos e não me interessam nem nos seus ínfimos detalhes. Olho para o relógio e desejo que as horas passem rapidamente. Me questiono onde estou, o que estou a fazer, quando isso terá fim. Fico acordado contando os motivos para já estar em casa, pois tenho um mundo para conquistar e eu sei que sempre será assim, pois nunca vou mudar. Minhas mudanças sempre dizem respeito às localidades e nunca às subjectividades, que de tão simples, correm pelo meu corpo e chegam ao meu cérebro de forma tão espontânea, natural, hormonal.
Não poderia ser de outra maneira. As leis naturais são imutáveis, estáticas, assim como os relacionamentos já foram por um período determinado. Pausados por um ser superior admirador da divindade humana e suas peculiaridades advindas de pura maldade e um bocado de insensatez. Seres perfeitos, imagem e semelhança Dele, talvez?

1 comentário:

Nelio Souto disse...

fiote,
que bom que o tivemos de volta, literalmente, mesmo que acaba que continua longe por que é difícil te tirar daí né (êita homem bairrista meu deus do céu!) ao menos para um chope.

belo texto.

"Sim, ele passa" e às vezes o vejo passar muito rápido, incomodado, mas..

..."mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, em rol, pra o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa." (fernando pessoa)

bom lê-lo!